quinta-feira, 13 de junho de 2013

Santo Antônio: muito além do casamenteiro

Santo Antônio, o santo de todas as graças (Foto: divulgação)
Que ele é casamenteiro, todos parecem saber. Mas para os verdadeiros devotos, Santo Antônio é emissor de qualquer graça. Na data de sua homenagem, e durante toda a trezena organizada pela paróquia da igreja Santo Antônio, em Aracaju, incontáveis fieis se dedicam a recorrer ao santo em busca de toda sorte de objetivos – inclusive matrimoniais.
Muitas vezes, a fé vira coisa de família. É o caso dos Araújo. Graças aos pais, as irmãs Joseane, Joyce e Josenildes pegaram costume de pedir graças e acompanhar as procissões em homenagem ao frade franciscano. Para Joseane, a devoção começou pra valer quando ela orou ao santo pela saúde da filha que estava para nascer.“Ela nasceu bem e já tem seis meses. No dia da procissão vou levá-la para agradecer mais ainda. Desde que fiz esse pedido participo da trezena”, conta.
Já que o primeiro pedido surtiu efeito, Joseane já engatou outro. “Oro todos os dias a ele por minha casa própria”, conta. Já Josenildes Araújo, irmã de Joseane, decidiu concentrar em um pedido só o desejo da família inteira pela recuperação da mãe, que havia perdido um dedo do pé por problemas circulatórios. “Pedi ao santo pela saúde dela e ele atendeu. Hoje, nossa mãe está bem e andando normalmente. Fora tudo o que já pedi a ele, esse é mais um motivo para agradecê-lo”.

Dentre pedidos de saúde e conquistas materiais, ao menos um deveria fazer jus à popularidade do santo com as mulheres. E coube a Joyce Araújo reforçar a longa lista de solicitações de relacionamento que o santo administra. De acordo com ela, a oração começou em junho de 2005 e gerou resultados poucos meses depois.  “Logo em agosto conheci um rapaz e hoje ele é meu atual marido. Tudo isso só rezando, sem simpatia alguma. Desde essa época sou devota”, diz.
A dedicação das irmãs reflete a devoção do aposentado José Domingos de Araújo, pai delas. Fiel às orações ao santo há 30 anos, seu Domingos é do tipo que sabe agradecer. “Uma das principais graças que recebi foi quando pedi a ele que fizesse minha aposentadoria chegar sem problemas. Ela veio, e não pensei duas vezes: doei o primeiro mês todo pra paróquia”, diz orgulhoso.
Seu Domingos também ressalta que a relação com o santo é forte. “Eu vinha todo ano para a trezena. De repente, sem razão, parei de vir uns dois anos. Nessa época senti uma aflição tão forte, um remorso tão intenso, que tive que voltar. Já são 13 anos sem parar”.
A autônoma Maria Solange Santos foi outra que fez a fé se estender por toda a família. Depois de pedir pela saúde de sua filha, ela se tornou ainda mais dedicada ao santo frade. “Ela sofria de adenoide e nasceu com problemas de visão. Depois que pedi a graça, fui atendida e ela tem melhorado muito. Trago minha filha para as trezenas e para a procissão desde que ela tinha meses de idade”. Maria Solange conta ainda que chegou a conseguir emprego graças ao santo, e revela o único pedido que nunca fez pra ele. “Tudo o que peço ele me dá, mas nunca cheguei a precisar pedir marido”.

Para o frei Jonaldo Adelino de Souza, vigário da paróquia de Santo Antônio em Aracaju, a popularidade do santo se deve à sua vida dedicada à ação. “Santo Antônio foi homem de pregação maciça e profunda. Ele também trabalhou pelos casamentos, é verdade, mas sua história de vida abrange muitas outras coisas. Ele foi, sobretudo, o santo do povo, que acolhia a todos”.


Por Igor Matheus  

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