sexta-feira, 7 de junho de 2013

Georlize: Licitação do transporte de Edvaldo foi lançada para “ganho político”

 


Georlize: Licitação do transporte de Edvaldo foi lançada para “ganho político”










“Foi dito que se fez a licitação para um ganho político, mas a licitação que aí está foi feita para enganar o povo. A licitação feita pela gestão anterior não atende ninguém, nem Aracaju”. A afirmação é da delegada Georlize Teles, secretária de Defesa Social, que comanda também a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, que, durante o debate acirrado sobre o sistema do transporte público na capital em Aracaju, com uma pincelada no tema mobilidade urbana, no “Cabaré de Quinta dos Jornalistas”, na noite desta quinta-feira, 07, não poupou as críticas sobre a forma como se deu o processo de licitação do transporte lançado em 2012, pela gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira. Georlize contestou também a falta de transparência à época, segundo ela, para a deliberação do reajuste da tarifa de ônibus.

“Antes a tarifa de ônibus era calculada e estabelecida por uma comissão que nem SMTT era. Esse debate com todo mundo falando agora até de câmara de ar de ônibus é porque a SMTT trouxe à mostra para a população, entregando na Câmara Municipal de Aracaju, aquilo que nunca foi apresentado, que é a planilha de custos e os cálculos para a tarifa”, disse Georlize, ressaltando também: podem existir ainda criticas ao reajuste, mas tenho a consciência tranquila de que nada foi omitido, tudo foi muito debatido na Câmara e quem quiser pode ter acesso aos cálculos”, frisou ela.

Participando do debate, o empresário Adierson Monteiro, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp), enfatizou que “seria um erro licitar o transporte enquanto o caos predomina no sistema”, mas frisou que as empresas defendem a licitação do transporte, já que é a única forma de garantia na relação entre setor público e privado. “Atualmente uma viagem de ônibus de uma ponta a outra da cidade leva mais de três horas, isso porque falta estrutura que priorize o transporte em detrimento dos demais. Vai se licitar o quê então, o caos? Aracaju não tem um informativo em ponto de ônibus, não tem paradas de ônibus de qualidade, muito menos tem uma via que priorize o ônibus, permitindo a agilidade do transporte. Então ou se faz um projeto integrado, e se faz a manutenção para um transporte de qualidade com os recursos que são descontados da tarifa para isso, ou continuaremos vivendo em caos no transporte”, criticou ele.

Já o coordenador do Movimento não Pago, Demétrio Varjão, ativo também no debate, considerou que a morosidade para se implantar a licitação do transporte prejudica a população “e impede uma fiscalização mais ativa por parte da SMTT quanto à prestação do serviço pelas empresas”. No entanto pontuou ainda: “Se o edital que temos hoje não for modificado, não teremos nenhum avanço. É preciso um processo democrático que escute a população com cláusulas específicas”.

Convidado para discussão, o vereador Dr. Emerson Ferreira (PT), defendeu o fim da cultura pelo uso do transporte individual. “Temos o exemplo do próprio Governo Federal influenciando pessoas para a aquisição do transporte individual (com a redução do IPI para compra de carros). É preciso que se mude essa cultura individualista em favor do transporte que abrange o coletivo”, disse ele. No entanto, outro representante do Não Pago, Francisco de Carvalho, entre outras coisas, destacou que o estimulo ao transporte individual se dá a partir da própria precariedade do sistema do transporte coletivo.

O debate do Cabaré, que ocorre semanalmente no Facebaar, terminou por volta das 23h30, mas, segundo os participantes, deverá render mais encontros para tratar ainda das ideias levantas para a mobilidade urbana.

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